9 de fev. de 2013

Mas afinal, com que carro nós vamos?


Lembrei-me de uma matéria que li numa revista de automóveis, em 1987. Paulo Rollo é um paulista que abandonou os estudos regulares aos 13 anos de idade e há 23 anos anda pelas estradas do mundo.
Já percorreu 1,5 milhão de quilômetros em 27 projetos diferentes. Visitou 71 países e fala, além do português, italiano, inglês e espanhol.
Viajar é, sem dúvida, a melhor maneira de aprender.

Uma volta ao mundo implica em definir um milhão de coisas, mas, de fato, a primeira é o veículo.
Se pudéssemos escolher, certamente optaríamos por um caminhão Mercedes Unimog – um veículo com espaço suficiente para montar um motorhome perfeito, levar todas as tralhas necessárias e trazer mais umas tantas da viagem.
Além disso, um Unimog, para quem não conhece, é algo capaz de encarar qualquer terreno, em qualquer condição, mesmo.
Veja um Unimog em ação: http://www.youtube.com/watch?v=alrAzXlUbxg

O problema é que um caminhão desses tem um valor absolutamente proibitivo, “anos-luz” da nossa realidade atual, então pensamos em uma pick-up 4x4.

Quando se fala em aventura, o primeiro veículo que vem à cabeça é um Land Rover Defender, claro. O jipão é pura força e resistência, além de ter um “vasto currículo” entre aventureiros de todo o mundo.
Além dele, fizemos alguns test-drives com pick-ups como a Mitsubishi Triton e a Amarok, da Volkswagen.
Para todas elas existe uma cápsula pronta, já com cama de casal, banheiro químico, pia, fogão e geladeira. O básico, suficiente para seguirmos caminho durante anos.
Mais uma vez, a questão era custo. Independente da escolha, uma pick-up equipada com a cápsula não sairia por menos de R$ 100.000,00. Precisávamos então, de uma alternativa…


Em novembro de 2012 passamos por um motorhome Iveco à venda num posto de combustíveis em Porto Belo-SC. Resolvemos parar para dar uma olhada, mesmo sabendo que não teríamos a grana necessária para comprá-lo.
Batemos um bom papo com o Pirulito, dono do motorhome. Cara muito gente boa, que nos contou algumas histórias de viagem e nos botou ainda mais “pilha” para seguirmos com nosso projeto.

Ainda no posto, chateados por não termos grana para comprar o veículo ideal (na real, o motorhome não seria mesmo uma opção para nós, por ser muito grande, o que nos impediria de chegar a muitos lugares de difícil acesso), ficamos pensando em uma opção mais barata para realizar nosso projeto.
Foi quando a Carla teve a maluca ideia de vender o carro dela e comprar uma Kombi. Ideia aprovadíssima logo de cara: um veículo barato, de fácil manutenção e, além de tudo, “simpático”.
Mas é claro que não poderia ser qualquer Kombi. Teria de ser uma Kombi antiga, que tivesse a nossa cara, nosso astral.
Pesquisamos por dias, olhamos um milhão de anúncios com fotos na internet e nada nos agradava, até que encontramos um anúncio no Mercado Livre de uma Kombosa 1975 (último ano em que as Kombis com para-brisa bipartido foram fabricadas no Brasil).
Fomos a São Bento do Sul para vê-la, imaginando mil coisas durante a viagem. Pelas fotos, achamos logo que o proprietário seria um “bicho grilo”, com cabelo rastafari, que saía por aí curtindo um baseado com a Kombi…
Chegando lá encontramos o Franklin, um cara super gente boa, mas nada a ver com o “perfil” que esperávamos! Cara de alemão, sem dreadlocks e com jeito algum de quem é chegado num baseado.
Parada há mais de um ano no pátio de uma fábrica, a kombosa parecia feita sob medida pra nós. Logo de cara sentimos um astral muito legal nela. Amor à primeira vista!


Estava com muitos podres na lataria, sem freios, mas o motor pegou de primeira!
Franklin foi muito franco conosco falando da real condição da Kombi. Contou-nos inúmeras histórias vividas com ela.
Numa noite, saindo da balada, ele e mais alguns amigos a viram passar e resolveram fazer uma oferta por ela. Seguiram o tio que a dirigia e perguntaram quanto ele queria pela Kombi.
Há anos o tiozinho ia até Curitiba com ela de madrugada, buscar verduras e legumes para revender em São Bento e região.
Definido o valor, Franklin passou um cheque e ficou com a Kombosa. No dia seguinte, os amigos, já “em sã consciência”, desistiram do negócio, ficando então, Franklin como único proprietário do fantástico veículo.
Sete anos se passaram, Franklin e sua Kombi viveram inúmeras aventuras… festas (daí o adesivo “Kuba na Kombi”), viagens, rallyes e até casamento!


Enfim, após um longo papo, e com os olhos cheios de lágrimas, o proprietário disse que venderia ela para nós, porque percebeu que trataríamos a Kombi com o mesmo amor e carinho. Disse que guardaria ela até que tivéssemos a grana.
Saímos dali decididos a ficar com a Kombosa. Tinha de ser nossa!
Voltamos a Porto Belo para agilizar a venda do Clio. Na semana seguinte a venda foi efetuada e ligamos para o Franklin.
Como estava sem freios, Jujuba (nome escolhido antes mesmo de ela chegar em casa) veio numa plataforma e “aterrissou” em frente à nossa casa, no dia 6 de setembro de 2012. Alegria geral!







O sonho da grande viagem começava a se tornar mais próximo…



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